Regulamentações e aumento de impostos costumam ser visto com maus olhos do público em geral. No entanto, mesmo seus “incentivos” ou benefícios à empresas e pessoas também devem ser visto com olhares desconfiados. É sobre isso que falaremos no capítulo de hoje.
Tanto os incentivos do governo quanto os bloqueios são, na maioria das vezes, problemáticos ao mercado. O governo atrapalhar o mercado se autorregular é, sem necessidade de mais explicações, ruim. No entanto, os incentivos, que não é tão intuitivo, também causa problemas econômicos.
Os incentivos do governo, quando se trata de política monetária, sempre cria inflação, que é sempre um fenômeno monetário. Entretanto, não vamos, agora, nos ater à questão da inflação, considerando, provisoriamente, que os incentivos não causam inflação.
Criando problemas
O primeiro passo antes de qualquer governo tomar uma medida é, sem dúvidas, criar um problema. Como o governo cortaria a taxa de juros para diminuir a o aumento dos preços se antes ele mesmo não tivesse imprimido moeda loucamente e causado inflação? Como combateria a venda de drogas se antes não tivesse criminalizado pessoas pacíficas fazerem comércio?
Em matéria de incentivos governamentais, o governo age exatamente assim. O mercado nunca está no nível ideal. Sempre é necessário que o governo expanda ou contraia o mercado, visto que é sempre necessário que ele resolva algum problema (entenda).
Para o governo, a questão do crédito nunca é exata, e ele sempre precisa emprestar mais do que já existe no mercado. Ele facilita para alguns e, após um tempo, diz que os grandes peixões do mercado têm muito, e é necessário emprestar aos pequenos empresários.
Empréstimo privado
No entanto, os empréstimos do governo são bem diferentes dos empréstimos privados. Quando alguém pensa em montar uma empresa, ele junta seu próprio capital e compra, por exemplo, uma terra para ser sua fazenda. Ele produz, vende e adquire mais capital. Agora, adquire empréstimo para comprar maquinário e conseguir produzir mais ou melhor.
Quem empresta o dinheiro, coloca seu capital em risco em troca de terça parte do empréstimo ou uma garantia na própria terra do fazendeiro. Após isso, o fazendeiro, com o próprio maquinário que comprou com o empréstimo, paga o emprestador com juros. Messe caso, todos os agentes e a comunidade em volta ganharam. O que é importante pensar aqui é que todos nessa aventura colocaram o seu na reta.
Imaginando o fazendeiro com sua propriedade alienada ao empréstimo, e o emprestador com seu capital, em caso de default, os agentes tendem a ser mais cautelosos, visto que estarão cuidando do próprio dinheiro. No entanto, como o governo será assim se ele está emprestando e gerindo um dinheiro que não é dele, e que, caso perca, os agentes do governo não perderão nem um único centavo?
A questão do crédito não é diferente de outras mercadorias, onde existe a escassez. Crédito também é escasso. Se é dado a A, B vai ter menos ou nenhum crédito. Por isso, os emprestadores são cautelosos em emprestar para os melhores tomadores possíveis, aqueles que provam com seu histórico terem capacidade de pagar os empréstimos.
Empréstimo público
No entanto, o governo, como é muito bonzinho, entra no mercado para oferecer crédito à B, com maior risco de inadimplência. Não é perseguição ao governo dizer que ele empresta à B, que é um mal pagador. Os números de inadimplências em empréstimos concedidos pelo governo são quase sempre maiores que os da iniciativa privada. E nisso, além do pagador de impostos pagar, o devedor fica com um histórico de crédito pior do que já tinha, crédito é “queimado” do mercado, e a sociedade deixa de evoluir porque, invés do dinheiro ter sido emprestado à A ou C, com bom histórico de crédito, foi emprestado à B, por ser amigo do rei, ou por ter aproveitado de alguma promoção do governo bonzinho.

Sendo um pouco mais detalhado nessa questão, você sabe que quanto maior a produção, estando a demanda igual, menor o preço. De forma simplificada, quanto maior a produção, ceteris paribus, os preços diminuirão, mais empregos serão gerados e a sociedade irá se desenvolver. Para isso, precisa-se de produção, e, muitas vezes, produção precisa de crédito. Nisso, voltamos ao que expliquei sobre o governo bonzinho, quando concede crédito à tomadores de baixa qualidade, ele prejudica a sociedade.
Considerações finais
Em suma, o que podemos entender é que, para o governo conceder empréstimos a qualquer empresa, ele precisa necessariamente tirar de outros. Voltamos ao pensamento de que o governo, na melhor das hipóteses, não atrapalha. No entanto, nunca consegue ajudar. Ele faz um castelo de areia criando um buraco na praia, mas nunca cria algo novo.
Espero que tenha gostado. Até o próximo capítulo.