Revolução Inglesa

Revolução Inglesa: o que foi, resumo

A Revolução Inglesa foi um período de agitação política na Inglaterra que ocorreu principalmente durante o século XVII. Ela foi marcada por uma série de conflitos entre o rei, o parlamento e outros grupos políticos e sociais, resultando em mudanças significativas no governo e na sociedade inglesa e outros países da Europa.

Guerra Civil Inglesa (1642-1651)

A Guerra Civil Inglesa, ocorrida entre 1642 e 1651, foi um conflito armado que teve suas raízes nas tensões políticas, religiosas e econômicas da época. Começou com a disputa entre o rei Carlos I e o parlamento sobre os limites do poder monárquico. As batalhas entre os realistas, leais ao rei, e os parlamentares, que buscavam limitar o poder real, resultaram em uma série de confrontos sangrentos, como as batalhas de Edgehill, Marston Moor e Naseby. 

A guerra culminou na derrota dos realistas e na execução de Carlos I em 1649, seguida pela proclamação da República e o estabelecimento do governo liderado por Oliver Cromwell. Este período, conhecido como Interregno, foi marcado por uma série de mudanças políticas e sociais radicais, que incluíram a abolição da monarquia e a implementação de um governo parlamentar.

Após a morte de Cromwell em 1658, a monarquia foi restaurada em 1660 com o retorno de Carlos II ao trono, encerrando oficialmente o período de guerra civil. O legado da Guerra Civil Inglesa foi duradouro, moldando significativamente o curso da história política e social da Inglaterra e influenciando os desenvolvimentos subsequentes em todo o mundo.

Domínio de Oliver Cromwell (1653-1658)

Após a execução de Carlos I em 1649, Oliver Cromwell emergiu como líder do regime republicano. Em 1653, ele dissolveu o Parlamento e estabeleceu um governo militar, tornando-se o governante de facto da Inglaterra. Sob seu domínio, Cromwell implementou reformas radicais e supervisionou uma série de campanhas militares bem-sucedidas, incluindo a conquista da Irlanda e da Escócia. 

Apesar de sua eficácia como líder militar, Cromwell enfrentou desafios internos, incluindo a oposição dos Levellers e outros grupos dissidentes. Seu governo foi marcado por uma política de tolerância religiosa relativa, mas também pela repressão violenta contra os católicos irlandeses e outros oponentes políticos. 

Cromwell morreu em 1658, deixando um legado controverso e uma nação dividida em relação ao seu governo autoritário. Após sua morte, o regime republicano rapidamente entrou em colapso, levando à restauração da monarquia em 1660 com o retorno de Carlos II ao trono.

Oliver Cromwell
Oliver Cromwell

Restauração da Monarquia (1660)

Após a morte de Oliver Cromwell em 1658, o regime republicano liderado por ele rapidamente entrou em colapso. A morte de Cromwell deixou um vácuo de poder e uma série de disputas entre as facções políticas emergentes. O Parlamento tentou manter a República em funcionamento, mas a falta de uma liderança forte e a crescente instabilidade levaram a um clamor por mudanças.

Em 1659, as forças políticas e militares rivais se envolveram em confrontos, resultando em uma situação de caos e incerteza. A falta de unidade política e a ausência de um líder capaz de manter o controle do país contribuíram para um clima de instabilidade.

Em meio a esse cenário turbulento, surgiu um movimento em favor da restauração da monarquia. Os monarquistas, descontentes com o regime republicano e ansiosos por um retorno à estabilidade e ordem social, começaram a ganhar força. Eles viram na restauração da monarquia a oportunidade de trazer de volta a governança tradicional e fortalecer a posição da Inglaterra no cenário internacional.

Em 1660, as negociações entre as facções políticas resultaram na Restauração da Monarquia com a ascensão de Carlos II ao trono. Carlos II, filho de Carlos I, que fora executado durante a Revolução Inglesa, foi convidado a retornar do exílio e assumir o trono inglês. Sua restauração ao trono marcou o fim do período republicano e o retorno ao governo monárquico na Inglaterra.

O período da Restauração foi caracterizado por uma tentativa de retornar à estabilidade política e social após anos de conflito civil e regime autoritário. Carlos II buscou consolidar seu poder e restaurar a posição da monarquia inglesa. Ele promulgou o Ato de Indenização e Anistia para perdoar aqueles que haviam lutado contra a monarquia durante a Guerra Civil, em um esforço para promover a reconciliação nacional.

No entanto, o período também foi marcado por desafios, incluindo tensões religiosas e políticas. Embora Carlos II tenha promulgado o Ato de Tolerância para conceder liberdade religiosa aos dissidentes religiosos, ele enfrentou resistência do Parlamento e da Igreja Anglicana. Além disso, a exclusão dos católicos do poder político e os conflitos com o Parlamento contribuíram para a instabilidade política durante seu reinado.

Apesar dos desafios enfrentados durante a Restauração, o período marcou um retorno à governança monárquica na Inglaterra e o início de um novo capítulo na história do país. O reinado de Carlos II estabeleceu as bases para a consolidação da monarquia constitucional e influenciou o desenvolvimento político e social da Inglaterra nos séculos seguintes.

Conclusão

A Revolução Inglesa teve uma série de consequências importantes, incluindo o estabelecimento do parlamentarismo como forma predominante de governo na Inglaterra, a consolidação do poder do parlamento sobre o monarca e o desenvolvimento de ideias políticas e filosóficas que influenciariam movimentos posteriores, como a Revolução Americana e a Revolução Francesa.