Anarcocapitalismo já existe (e eu posso provar)

Quando você menciona ser ancap, defende o anarcocapitalismo ou afirma que é correto acabar com o estado, geralmente surgem questões éticas, econômicas e filosóficas.

Aí a pessoa diz: “Beleza, concordo com você, mas como seria se o estado acabasse?” Algo que as pessoas não percebem, e que acredito ser uma construção social, é a tendência de automaticamente questionar o próprio comportamento quando se encontra em uma situação não convencional. O anarcocapitalismo já existe, e eu posso provar.

O afegão medio

Por exemplo, você está em uma via com duas pistas, uma à esquerda e outra à direita para ir reto. Você está na pista da esquerda, sem nenhuma sinalização, nada de errado, tudo tranquilo, mas todos os carros estão na pista da direita. É natural ou comum sentir que algo está errado, pensar que está infringindo uma lei? Isso reflete como percebemos a sociedade quando fazemos algo ou pensamos de forma diferente da maioria.

Ao mergulhar em questões econômicas e estudar a Escola Austríaca (embora ainda seja novo nisso, com cerca de 5 anos de estudo), procurei explorar críticas, ampliando meu entendimento. É crucial não ficar limitado a uma única bolha de conhecimento, mas também interagir com outras perspectivas.

Isso é importante, já que só interagir com quem defende o anarcocapitalismo pode levar à irritação, alienação e limitação para compreender outras visões. Imagine tentar discutir questões marxistas com alguém profundamente versado nesse pensamento, sem conhecê-lo. Torna-se difícil influenciar ou compartilhar ideias nessa situação.

Condomínios privados

Recentemente, enquanto estava na praia, refleti sobre minha experiência de viver em locais distintos, desde favelas em São Paulo até lugares com poucas favelas, como no Mato Grosso do Sul. Isso me fez perceber como a infraestrutura e a organização podem variar.

Em lugares como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, com menos favelas, notei a presença de uma estrutura mais organizada. Encontrei condomínios privados que ofereciam serviços e segurança aos moradores, representando um modelo próximo ao defendido pelos defensores do anarcocapitalismo.

O funcionamento desses condomínios destaca a importância da responsabilidade. Se algo sair errado, há quem se responsabilize. Diferente do sistema estatal, onde a responsabilidade muitas vezes é abstrata, em organizações privadas, reclamações são atendidas porque há um contratante direto.

Esses condomínios crescentes poderiam se tornar autossuficientes, produzindo até sua própria comida. Se enfrentassem problemas financeiros ou de qualidade de serviços, a livre competição faria com que se ajustassem ou falissem, algo mais eficiente do que a burocracia estatal.

Favelas brasileiras. Fonte: www.terra.com.br

Conclusão

Mostrar que esses sistemas já existem pode ter um grande impacto na percepção das pessoas. Explorar conceitos como o Bitcoin também pode ajudar a compreender a ideia de liberdade e descentralização. Este é o nosso principal trabalho enquanto difusores da liberdade. Mesmo se perdermos a guerra, lutar por um futuro melhor é o que faz o vencedor.