Resumo: A Riqueza das Nações - Capítulo 2

Resumo: A Riqueza das Nações – Capítulo 2

Este é o resumo o capítulo 2 de A Riqueza das Nações, de Adam Smith, onde o autor nos mostrará o princípio da divisão do trabalho.

A divisão do trabalho que falamos no capítulo anterior deriva de algo natural dos seres humanos. Não vamos, nesse artigo, debater se isso é natural ao ser humano como a habilidade de falar ou raciocinar. Muito provavelmente é isso mesmo, mas vamos nos interessar mais pelo princípio da divisão do trabalho que pela causa.

Animal x Homem

Animal

É comum pensarmos que animais também têm essa habilidade de fazer trocas voluntárias. Em algum grau, podem até ter, mas não como nós humanos. Um animal pode “cooperar” com um outro animal na caça de algum outro, como leões ou lobos, mas isso é instinto, não raciocínio lógico. Não existe um planejamento anterior para àquela caça.

Os animais selvagens podem até cooperar em determinado período, mas maior parte do tempo eles passarão sozinhos. Os momentos de cooperação de um animal é apenas para atingir um objetivo específico, não para construir algo sólido. 

Podemos dizer que isso é verdade quando observamos que a construção de uma família humana é cheia de afeto, conversas, sexo sem motivo de reprodução e outras coisas mais. No caso de um animal, são poucas as espécies que não se cruzam apenas por reprodução e logo se guiam por seus próprios caminhos.

Essa falta de cooperação constante e divisão do trabalho por parte dos animais se dá pelo fato de que eles são muito iguais entre as espécies. Vários lobos podem ser mais fortes e rápidos que os humanos, mas eles não são diferentes entre si para poderem dividir o trabalho de forma a absorver os talentos individuais. 

 

Planeta dos macacos
Filme Planeta dos macacos, onde se pode usar a distopia para entender oo princípio da cooperação para a evolução de uma espécie

Homem

Podemos também pensar em um animal doméstico que quer comida faz aquela carinha de dó. No entanto, ele pode fazer isso algumas vezes, mas não será sempre que conseguirá o que quer pedindo esmolas. 

Os humanos, da mesma forma, pela esmola, conseguirão apenas viver na miséria e talvez morrerão de fome ou sede. Para que nós humanos consigamos melhorar de vida e adquirir as vantagens das diferenciações de talentos entre a espécie, precisaremos não fazer carinha de dó, mas acariciar o ego das pessoas.

Daí chegamos à famosa frase de Smith:

“Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse.”

Algumas pessoas traduzem isso como “não existe almoço grátis” , mas o que Smith quis dizer é que se queremos aproveitar das vantagens dos talentos alheios, precisaremos fazer com que nosso companheiro perceba alguma vantagem em nos dar o que queremos.

Assim sendo, podemos esperar que um mendigo tenha suas necessidades atendidas pela caridade, mas nem todas as vezes que precisar de algo, conseguirá. Ele pode ter sede e alguém o dar água, ou ter fome e alguém lhe dar comida, mas não serão todas suas necessidades que serão atendidas assim. 

Por isso, as esmoladas que recebe, troca por outras coisas que necessita. Se ganhar um casaco velho, pode trocar por novos casacos velhos ou o que quiser. Assim, os seres humanos, pobres ou ricos, se assemelham em sua propensão a trocar voluntariamente o que é subjetivamente mais valioso para ele. Este é o princípio da divisão do trabalho.

Diferença fundamental para o princípio

Uma criança, ao começar brincar com seus amigos, não vê muita diferença entre eles. São todos mais ou menos inteligentes e não têm personalidades e habilidades muito diferentes umas das outras. No entanto, ao passar para a adolescência ou juventude, começa-se perceber que um é mais inteligente ou forte que o outro. Um é mais alto, outro é mais forte, outro ainda é evidentemente mais inteligente.

Portanto, estas diferenças movem um grupo de adolescentes ou jovens a, caso estejam, por exemplo, perdidos numa ilha, usarem das suas diferentes habilidades para sobreviver. O alto irá pegar coisas em lugares altos, o forte usará sua qualidade para carregar coisas, e o inteligente provavelmente não fará tantas coisas práticas quanto os outros, se guardando a pensar ou gerir o grupo de forma sábia.

Isso foi o que fez a sociedade avançar de nômades caçadores de mamutes até chegar a sociedade mais ou menos civilizada como vemos hoje. Assim segue a sociedade até o que temos hoje: pessoas dependentes de trocas voluntárias, ou seja, dependentes de contratos e comércio. A sociedade caminha por uma dependência mutua que é totalmente diferente das dos animais.

Conclusão

Por fim, o princípio que dá origem à divisão do trabalho não é uma vontade comandada por agentes do governo ou por empresários inteligentes que participaram da Revolução Industrial. O que nos faz evoluir como pessoas e sociedade é o princípio da própria natureza humana. Então por isso, viva a desigualdade! Viva a desigualdade social, financeira e tudo mais. Dizer sim ao diferente é dizer sim à evolução social e financeira.

Mas e aí, achou tudo isso sobre o princípio e desigualdade? Loucura ou concorda com os argumentos de Adam Smith? Te vejo no próximo capítulo.