Resumo: A Riqueza das Nações - Capítulo 6 (Formação dos preços)

Resumo: A Riqueza das Nações – Capítulo 6

O que compõe os preços das mercadorias

Sociedade primitiva

Em uma sociedade primitiva, a única coisa que pode ser levada em conta na determinação de preço de um produto ou um trabalho é  tempo dispendido nele. Um trabalho que demore 2 horas para ser concluído pode valer duas vezes mais que um produto que demande apenas 1 hora de trabalho.

No entanto, ao evoluir esta economia, a dureza do trabalho ou as habilidade necessárias para que o produto ou o trabalho sejam feitos, podem influenciar no valor total do produto. Se algo é feito em 1 hora, mas se é necessário 1 ano de estudos para saber fazer aquilo, pode-se supor que valha mais que um produto ou trabalho que dure 2 horas para ser concluído, mas não precise de experiência quase alguma.

Sociedade evoluída

Contudo, em sociedades mais avançadas, onde um trabalhador consegue acumular capital e quer empregar em alguma fabricação com funcionários, ele vai precisará calcular seus custos e receitas, a fim de realizar lucros. Esses lucros são diferentes de acordo com a quantidade de capital empregado ali. 

Por exemplo, um empresário pode despender R$ 10.000,00 em um comércio e, com 10% de lucro, ter R$ 1.000,00 de volta. Se um outro empresário, com a mesma taxa de retorno, despender R$ 100.000,00, lhe será retornado R$ 10.000,00. Na maioria das empresas de alimentação, com pouca diferenciação de produto e clientes, a taxa de retorno (lucro) tende a ser mais ou menos igual ao dos concorrentes.

Em todas as situações, a divisão dos gastos e receitas são classificados, de forma simples, entre custos de insumos, pagamento de salários e o lucro. O pagamento dos salários nem sempre representam a quantia exata do valor do trabalho dos funcionários, podendo ser menos ou mais. 

O lucro, por sua vez, é geralmente, quando a fábrica está estabelecida, maior que o dos funcionários, mesmo que o empresário não trabalhe tanto quando os funcionários. Isso se deve, claro, pelos riscos do empresário em ter investido o capital e adiantado o dinheiro para pagar os insumos e os salários. 

Lucros

Após as marcações de terra serem todas feitas numa economia e todas as propriedades serem privadas, além dos custos de insumos e salários, os empresários tem que pensar no pagamento de aluguel da terra (ou podemos chamar de arrendamento).

Os lucros, portanto, são calculados dessa forma simples, segundo Smith. A definição pode ter problemas quando um dono de fábrica também é dono da terra, mas ele não vê isso como um problema de cálculo.

Preços

Sendo assim, podemos dizer que da mesma forma como os lucros podem ser dividido entre, agora, terra, insumos, salários e lucros, os preços podem ser formados pela junção desse mesmo processo.

Renda da terra

Na fabricação de sucos de laranja de caixinha, são necessário o pagamento dos insumos (a fruta laranja), os funcionários e maquinário, e os lucros. Indo para trás, para a venda das laranjas são necessários o pagamento da terra, dos insumos para o plantio e colheita, os funcionários e o maquinário para a locomoção das laranjas para a fábrica.

Contudo, nesse processo adicionamos pessoas que não precisam colher para plantar, que são os donos das terras. Não tem nada de errado nisso, já que assim como o empresário aufere lucros adiantando o valor dos insumos e dos funcionários, o dono da terra adiantou a compra do local, sendo ele uma terra sem nada de especial ou mesmo um ponto comercial para uma padaria ou restaurante, tudo já montado e esperando o locatário usar e pagar o aluguel.

A prática

Smith diz que o preço final de um produto se dá pelo cálculo de todos esses processos, e o valor final tende a ser mais caro tanto mais processos são necessários. Ou seja, quanto mais insumos, funcionários, máquinas e lucros forem necessários serem pagos até o produto final, maior o preço do produto.

Indo para uma exemplificação, é por isso que se você quiser comprar um camarão de um pescador na praia, o preço será, por exemplo, R$ 20,00 o quilo, enquanto se quiser, na capital de São Paulo, comprar o mesmo quilo de camarão, pagará mais  de R$ 60,00, quem sabe.

Adam Smith, há mais de 200 anos atrás já delineava essas diferenças de preços por estes motivos explicados aqui anteriormente. Se for na praia e comprar o quilo do camarão com o pescador, ele te dará um valor pensando no preço que pagou pelo barco, o trabalho que teve por quilo e auferir seu lucro. 

Se quiser comprar do seu apartamento em São Paulo, terá que pagar por: 1) trabalho do pescador, o salário do pescador e lucro do pescador; 2) trabalho do transportador, salário e maquinário do transportador e o lucro da empresa transportadora; 3) trabalho do empacotador, salário do empacotador e o lucro da empresa que embala para ficar bonitinho e limpo para você (a empresa pode até mesmo ser a mesma que fez o transporte, mas envolvem setores diferentes).

Conclusão

Finalmente, Smith mostra que o calculo da riqueza de uma nação deve se dividir entre essas três coisas: renda da terra, salários e lucros. Em algumas economias isso pode ser confuso, visto que às vezes o produtor da terra é dono dela, trabalhador dela e recebedor do lucro. Logo, a renda da terra é dele, o salário e o lucro também. Se usa, para entender esse caso, que esse produtor tem somente lucros. No entanto, podemos entender  uma nação sempre dividida mas ou menos dessa forma.

Espero que tenha gostado. Te vejo no próximo capítulo.