Resumo: Anatomia do estado - Capítulo 4

Resumo: Anatomia do estado – Capítulo 4

Ao longo dos séculos, reis usavam da ideia de que seu poder era advindo de uma ordem divina. Mais tarde, esses mesmos reis começaram usar a divindade para validar todos os seus atos. Mesmo hoje, vivendo com parlamentos e congressos, diversas desculpas esfarrapadas são usadas para validar ações tiradas do c# de políticos interessados em aumentar seu poder. Bertrand de Jouvenel explica:

“Muitos escritores interessados nas teorias da soberania se debruçaram sobre estes mecanismos restritivos. Mas, por fim, cada uma destas teorias perdeu, mais cedo ou mais tarde, o seu propósito original e acabou por funcionar como um trampolim para o Poder, provendo-lhe a ajuda poderosa de um soberano invisível com o qual ele podia, com o passar do tempo, se identificar por completo.”

Hoje, após as monarquias caírem e surgir as democracias liberais, podemos dizer que Hoppe estava certo de que a democracia é o deus que falhou. O que poderíamos dizer que era um limitador das ações do governo, como a constituição ou a religião, hoje são usadas para fazer o que for se “o Brasil estiver acima de tudo e Deus acima de todos”. 

Se podemos dizer que declarar algo inconstitucional é o que limita o governo, declarar algo como constitucional é a porta de entrada para o governo se expandir até onde puder ou conseguir. Melhor, então, podemos dizer que Hoppe acertou mais uma vez quando, em seu último capítulo do livro Democracia, o deus que falhou, mostrou que “a constituição americana foi o deus que falhou”.

O professor Charles L. Black. Jr mostra que o que precisamos é buscar formas de limitar o governo de sua expansão. Ele diz que o governo consegue manter sua existência ou pela aceitação ou pela inercia dos governados que não enxergam formas melhores de viver fora daquele governo.

Mesmo a tal constitucionalidade não sendo explicita, o governo usa de seu monopólio da violência para fazer o que todos sabem que ele não pode, mas que é aceito pela população. Não existe nada na constituição que diga que o governo possa dizer qual o preço que você deve cobrar por seus produtos ou que seu filho é obrigado a morrer em guerras depois de ser sequestrado pelo dito “serviço militar”. Mesmo assim, você gadamente aceita.

Nós vivemos, ao passar dos anos, sempre vendo coisas que ante considerávamos que era algo proibido ao governo fazer; depois, achamos normal; mais um tempo se passa e começamos admitir; alguns são escravos profissionais e até mesmo defendem as ações de lockdown (significa literalmente confinamento forçado) do governo, não é mesmo?

Governo: acusador, juri e juiz

Daí entramos no paradoxo dos limites do estado. Charles Black diz que deve haver uma limitação precisa sobre os deveres do estado, mas quem delimitará isto? É então que elle diz:

O poder final do estado. deve parar onde a lei pára. E quem fixará o limite, e quem aplicará uma trava, face ao poder mais possante? Ora, o próprio estado, claro, através dos seus juízes e das suas leis. Quem é que controla o moderado? Quem é que ensina o sábio?

E ainda: Quando as questões dizem respeito ao poder governamental numa nação soberana, não é possível selecionar um árbitro que esteja fora do governo. Qualquer governo nacional, enquanto for um governo, tem que ter a palavra última acerca do seu próprio poder. 

 

Há possibilidade de controlar o monstro?

Isso tudo nos leva a pensar: o governo é um agente que pode ser limitado? Da mesma forma que alguns dizem que ladrões e estupradores não devem ser presos ou reeducados, mas sim mortos, o estado deveria ser abolido?

Pela ótica libertária, nem falando sobre ética desta vez, mas sendo eficientista desta vez: é mais eficiente controlar o dragão, ou o matar sem nenhuma pergunta prévia? Eu, pensando eticamente, digo que é impossível controlar um agente tão demoníaco e destrutivo. Mas e aí, qual sua opinião? Deixa aqui nos comentários para eu saber.

Espero que tenha gostado. Até o próximo capítulo.