Resumo: Anatomia do estado - Capítulo 6

Resumo: Anatomia do estado – Capítulo 6

Todo estado tende a se expandir. Como um monopolista parasitário, apenas ele mesmo pode cobrar impostos num local específico (veja como os governos tratam as facções criminosas e vice versa). Ao se expandir, ele precisará entrar em guerra com outros (para)estados, se este estiver ocupado por um, como é o caso do mundo hoje. 

No entanto, ao entrar numa guerra, o governo entra não para melhorar a vida da população, defender a democracia, liberdades individuais ou qualquer outra coisa; ele o faz somente para aumentar seu poder. Ou seja, nessa relação de guerra e poder, a relação entre estados se dá pela guerra ideológica ou física.

Guerra ideológica

Sendo assim, temos que diferenciar as guerras ideológicas e físicas. A primeira, a ideológica, se dá apenas entre os burocratas, que disputam poder. Os guerreiros na idade média, como sabemos, eram pagos como mercenários para lutar no lugar dos ricos. Eles mesmos nem defendiam nada das ideias dos governantes, apenas cumpriam seu trabalho. 

A população, inclusive, não tinha quase nada a ver com o governo ou com os mercenários, podendo, inclusive, visitar amigos e familiares que viviam no país que estava em guerra contra o seu próprio. Já pensou em um americano ter o livre acesso ao Vietnã, a Alemanha, ou mesmo um alemão ter acesso para trocar cartas, fazer comércio ou mesmo viajar para qualquer lugar do mundo em pleno ano de 1940? 

Eu, caro leitor, sou dos que defendem a ideia de que os governos, mesmo que pudessem mandar matar diretamente um cidadão, não tinham tanto poder como os governos democráticos têm hoje. Como disse, na idade média as pessoas sabiam diferenciar muito bem que assuntos do rei eram assuntos somente dele, o viam como u suspeito. 

Não é esquisito, depois de entender isso, ver a quantidade de reis que caiam por revoluções ou perdiam o apoio militar nas guerras por os súditos simplesmente não aprovarem seu governo. 

Que democracia você já viu cair por descrédito da população? Por último: se você viajasse para a idade média e dissesse a qualquer súdito que hoje, em 2021, o governo controla a oferta de moeda, diz quem pode ou não viajar, te obriga pôr líquidos experimentais em seu corpo e que Pablo Vitar já foi a mulher do ano, provavelmente esse súdito iria querer morrer o quanto antes possível. 

Guerra física

Dado o fato de que as pessoas na idade média sabia diferenciar assuntos do governo e assuntos dos indivíduos, temos que entender que se ninguém dava nenhum a foda para as brigas do governo, ninguém colocaria na reta de uma guerra para defender um príncipe só pq ele era bonitinho. 

Os democratas de hoje em dia sabem disso e, por isso, o Tio Sam te convoca às guerras não pedindo, mas te obrigando; não apela mais dizendo que o ataque é contra o reino dele, mas como se fosse contra você mesmo, indivíduo escravo. Como se o inimigo estivesse atacando o Cristianismo, a liberdade individual, o sonho americano. Não é preciso dizer mais nada sobre como o governo, ao longo do tempo, jogou no lixo a ideia de guerra civilizada.

Santidade do contrato vs Santidade do tratado

Quando em tempos de paz (ou não guerra) os acordos tendem a ser para manter os conflitos ao mínimo. Mas aí está que se confunde a santidade dos contratos com a santidade dos tratados. 

Quando pessoa A vende algo contratualmente para B, os filhos de A não tem posse nenhuma sobre os bens vendidos a B, já que pelo contrato o que é de B não tem mais nada a ver com os filhos de A. OS filhos de A somente têm o que é herdade de A, não o que já foi alguma vez anteriormente.

No entanto, a santidade do tratado não te nada de parecido com um genuíno contrato. Se um governo, que por essência é ilegítimo, conceder ou perder territórios para um estado vizinho, os habitantes daquele local nada têm que aceitar que seus títulos de propriedade tenha um novo dono, tampouco os filhos desses proprietários têm que aceitar as regras impostas ali. Não preciso me alongar explicando que nenhum “contrato social” foi assinado por ninguém, acho que por aqui já é o suficiente.

Espero que tenha gostado. Até o próximo capítulo.