Resumo: Democracia, o deus que falhou - Capítulo 11

Resumo: Democracia, o deus que falhou – Capítulo 11

Por mais de um século o liberalismo tem sido destruído. Isto é, durante o século XX, as ideias predominantes foram o socialismo, a social democracia, o nacional-socialismo (nazismo), o fascismo, entre outros. Em última análise, estamos falando sobre o liberalismo

Assim, ao final da Segunda Guerra, alguns países europeus tomaram políticas liberais para reconstruir suas economias. Na verdade, não totalmente liberais, mas sim o que podemos chamar de social-democracia supervisionada pelos Estados Unidos.

Considerações iniciais sobre o Liberalismo

Primeiramente, precisamos pensar que o liberalismo tem se mostrado confuso e cada vez mais distorcido filosófica e teoricamente. Assim, alguns economistas previam a queda do regime soviético, mas queda da União Soviética não trouxe novamente ao debate público o liberalismo clássico.

Sabido da decadência da social-democracia predominante no mundo, não se tem grandes esperanças de que a queda deste levará a algum efeito benéfico. Dessa forma, o Liberalismo tem passado por diversas modificações socialistas que o confundem. Olavo de Carvalho explica:

“Os capitalistas que, desde o começo do século XX, subsidiaram generosamente o socialismo soviético na esperança de lucrar seja com o seu sucesso, seja com o seu fracasso, não erraram no seu cálculo econômico. 

Aqueles que hoje alimentam com seus investimentos a economia chinesa também não perdem dinheiro com isso. Apenas, fomentam por esse meio o genocídio sem fim e a revolução mundial que não criará uma economia socialista viável, mas transformará o capitalismo num inferno burocrático-policial fabiano.”

Problemas do Liberalismo

No entanto, esse problema vem da base da filosofia política liberal. Desde Locke, a ideia de que a sociedade deveria defender a propriedade privada e o voluntarismo de associações contratuais tem sido modificada. 

Além disso, podemos dizer que o liberalismo por si só é contraditório. Ou seja, ou existe propriedade privada, contratos voluntários e ordem, ou existe o estado.

Nesse contexto, uma sociedade que começasse com algumas propriedades individuais, como toda, teria seus agentes maus. Assim, ladrões, corruptos e trapaceiros sempre existiram, então basta que a sociedade puna essas pessoas para que a ordem permaneça. 

Dessa forma, o que aconteceria nessa sociedade é que as pessoas que tivessem suas propriedades se defenderiam, e pela ciência de que a cooperação é benéfica com relação a solidão, associações surgiriam.

Por exemplo, imagine que pessoas se juntam econômica e socialmente com outras, por contratos, para defender e julgar quem cause danos na sociedade. Como eles foram parar na ideia de que o único agente capaz de fornecer segurança e justiça é o governo? 

Nesse contexto, quem em sã consciência iria assinar um contrato que desse o monopólio da justiça e da segurança para um governo? Ou melhor, quem daria poder a alguém que não seja ele de cobrar e aumentar impostos com a justificativa de fazer o bem para essa pessoa? Portanto, é impossível a coerência na existência de um governo e contratos entre propriedades privadas.

Estado mínimo de c# é rol@

No erro em aceitar o governo como um segurador da proteção e da jurisdição, os liberais alimentam o que nunca pode ser sempre pequeno. Portanto, em trocas voluntárias, contratuais e sem exploração, os agentes se beneficiarão da cooperação e depois cada um irá para o seu lado. No entanto, no caso de um governo, ele nunca irá embora e sempre crescerá mais do que você deseja.

Nesse sentido, Rothbard, em O Manifesto Libertário, assinala os Estados Unidos, que começaram com ideias de estado mínimo, hoje é a maior potência estatal do mundo, tendo até mesmo a possibilidade de explodir metade do planeta. Isto é, você consegue imaginar a segurança que é ter um cão de guarda que pode e com certeza crescerá a ponto de matar você e sua família sem que você possa fazer nada? Olavo de Carvalho explica:

“O que o comunismo fez desde que ele existe? Eles (os comunistas) não criaram o comunismo, eles apenas transformaram o Capitalismo num inferno.”

Conclusão

Ademais, os liberais atuais saíram de sua matriz inicial, sendo não mais defensores da liberdade e da propriedade privada contra as tiranias, mas apenas aproveitadores econômicos. Ou seja, excluídos de preceitos filosóficos de liberdade, são economistas que defendem eficientíssimo estatal ou qualquer outra ação governamental que, como explicamos ao longo do livro, causam males econômicos e sociais.

Em outras palavras, o liberal atual se reduziu a quem analisa as variações do PIB. Agora, a única forma de voltar aos preceitos fundamentais do liberalismo é a anarquia de propriedade privada, a defesa da propriedade privada e da concorrência com relação a justiça.

Enquanto os liberais não pararem de relativizar o agente que desde sempre causa problemas econômicos e sociais sem nenhuma legitimidade filosófica, estarão fadados ao fracasso.

Da mesma forma que a economia soviética fracassou, a social-democracia também fracassará tanto por questões econômicas quanto sociais. Se o liberalismo não voltar às bases do seu pensamento filosófico, seu fracasso é só questão de tempo.

Espero que tenha gostado. Te vejo no próximo capítulo.