O Capital - capítulo 1

Resumo: O Capital – Capítulo 1

Mercadoria

A mercadoria é a base do sistema vigente, o capitalismo, onde tudo é transformado em mercadoria. Temos que começar nossa análise, portanto, pela mercadoria.

Uma mercadoria tem duplo valor: o de uso e o de troca. O valor de uso é a questão qualitativa de uma mercadoria. Uma blusa de frio tem seu valor de uso ao sentir frio e precisar dela para se aquecer. Mas e se você for morar no Nordeste, onde o clima é quase sempre calor, que utilidade essa blusa terá para você? Nenhuma. 

Esta mercadoria pode ser sem valor de uso para você, mas tem o valor de troca. O que se precisa fazer é trocá-la por outra mercadoria, como cinco regatas. Antes de se mudar, você irá trocar sua blusa de frio com um amigo seu que têm cinco regatas. Essa relação de valor de uso e de toca entre mercadorias nós já sabemos, então vamos aprofundar um pouco mais.

Valor

Sabemos que a mercadoria tem valor de uso e de troca, mas como conseguimos medir que um casaco tem o mesmo valor de troca de cinco regatas? Calculamos, então, o valor intrínseco entre essas duas, o trabalho. Quaisquer que sejam as mercadorias permutadas, elas vieram do trabalho humano, que tem seu valor. 

Ao trocarmos uma mercadoria pela outra o fazemos tendo em vista a quantidade de trabalho que foi necessário para que aquela mercadoria fosse produzida. Sendo o valor comum entre mercadorias tocadas o trabalho humano, basta medirmos a grandeza desse valor.

A grandeza do valor é medida em tempos. Um trabalhador produz em doze horas o dobro que ele produziria em seis horas; uma mercadoria vale, então, o tempo médio de produção. Não se pode dizer que vinte prego feito em uma hora por uma pessoa habilidosa vale a metade de uma pessoa preguiçosa ou sem habilidades que os fizeram em duas horas. 

O valor do trabalho não é de Pedro ou de João, mas o valor médio necessário para a produção destes pregos. Se as únicas pessoas que produzissem pregos fossem essas duas pessoas, por exemplo, o tempo médio seria em torno de uma hora e meia.

Dinheiro

Entendido o caráter duplo da mercadoria – valor de uso e de troca –, que o valor – o trabalho – é a substancia comum de todas as mercadorias e que as mercadorias são trocadas entre si somente com valores de troca iguais, encontramos outra característica. 

Para facilitar a toca entre mercadorias de diferentes valores, o dinheiro – seja o ouro, a prata ou o bronze -, serve como um valor comum que pode ser trocado por qualquer outra mercadoria. Agora as trocas não são mais diretas, como uma vaca por vinte melancias, mas uma vaca por determinada quantia de dinheiro, e depois por melancias. 

Uma pessoa que tem uma vaca e quer comprar pão não usa mais a relação vaca – melancia – pão; ela compra dinheiro com sua vaca e depois compra o pão, sendo o esquema, agora mercadoria – dinheiro. Está aqui ela:

Mercadoria – Dinheiro – Mercadoria – Dinheiro

M – D – M – D

Conclusão

Se conseguimos delinear o percurso da mercadoria, também o fazemos com o dinheiro. O dinheiro gora tem sua origem e termino de percurso. Essa é a forma do capital.

Se se tem uma certa quantia de dinheiro ou de mercadoria, se tem riqueza. Vamos dar corpo a essa relação e teremos o capital: um organismo que se desenvolve é o que nasce e cresce. Mas como então nasce o capital? A formula delineada anteriormente é acrescentada por outra, mas ainda sendo a mesma. Para o capital nasce e se desenvolver, temos a seguinte formula:

D – M – D1 – M – D2 – M – D3

Isso significa simplesmente o capital crescendo. Como isso acontece é assunto do próximo capitulo.