Resumo: Democracia, o deus que falhou - Capítulo 2

Resumo: Democracia, o deus que falhou – Capítulo 2

Inicialmente, vamos pôr algumas considerações sobre a democracia. Com o passar do tempo todos nós percebemos que a democracia parece muito mais uma farsa para enganar a população que realmente mudanças concretas na sociedade. Portanto, isso não é só impressão ou senso comum, a democracia é isso, ou até pior. Todavia, vamos falar um pouco mais sobre democracia, monarquia e a ideia de ordem natural.

Contraste entre monarquia e democracia

Certamente, todo governo é um agente parasitário. No entanto, os governos democráticos tendem a ser piores que os monárquicos por algumas diferenças fundamentais entre os dois regimes. Afinal, qual deles perverte mais a sociedade e destoa a ordem natural?

Monarquia

A princípio, na monarquia, como a propriedade privada governamental é um monopólio do rei e usufruído pela família. De antemão, podemos entender que a preferência temporal tende a ser menor. Porém, pelo simples fato de que se não existe nada, nada pode ser roubado e se tudo for roubado hoje nada se terá para roubar no futuro. 

Dessa forma, os impostos dos governos monárquicos tendem a ser menores, o processo de civilização é maior. Ou seja, o governante quer que sua população seja cada vez mais prospera para que este possa roubar mais ainda.

Imagine, por exemplo, que você é um adolescente e seu pai diz que você receberá 5% de todos os ganhos líquidos da família. Certamente, você, um “parasita”, não usará muitas drogas e nem baterá o carro que seu pai te deu, já que isso geraria mais gastos e menos receita para você. 

Assim, se você trabalhasse e gerasse seus próprios rendimentos, seria mais responsável. No entanto, como vive da parasitagem, escolherá não ferrar tanto sua família. Esse é, portanto, o exemplo de formas licitas de ganhar dinheiro: trabalhando ou sendo um parasita.

Tipos de gastos governamentais

Dessa forma, esse é o exemplo dos quatro tipos de gastos do economista Milton Friedman:

  1. O primeiro é quando você gasta o seu dinheiro com você mesmo. Assim, você tem um incentivo para buscar qualidade e gastar o dinheiro de forma eficiente. Este é o modo como, geralmente, o dinheiro é gasto no setor privado. 
  2. O segundo tipo é gastar o seu dinheiro com outra pessoa, como quando você presenteia alguém. Em outras palavras,  você se preocupa com o gasto que terá, mas se importa menos com a qualidade. 
  3. O terceiro tipo é quando você gasta o dinheiro de outra pessoa consigo mesmo, como quando você almoça por conta de sua empresa. Aí é só correr para o abraço, comendo tudo o que quiser. 
  4. Por último, a quarta forma é quando você gasta o dinheiro de alguém com outra pessoa. Nesse caso, você não tem motivos para se preocupar com a qualidade ou o custo. Como deve ter percebido, essa é a forma como o governo gasta o dinheiro dos impostos.

Democracia

Num governo democrático, como os governantes são meros administradores, são “donos” atuais do poder, eles usam de seus privilégios para enriquecer o máximo possível. Assim, este governo não se importará em como o país estará daqui cinco ou dez anos se seu mandato acabar nos próximos quatro ou oito.

Imagine que você é um adolescente que tem uma família muito rica, seu pai não te dá atenção, mas você tem uma mesada independentemente do que acontecer com as riquezas de sua família. O que você tem a perder? É bem óbvio que você terá todos os incentivos para ser um parasita, é um inconsequente.

Indicadores de Exploração

Após o fim da Primeira Guerra, as propriedades privadas governamentais foram substituídas pelas propriedades públicas governamentais. Assim ocorreram maiores níveis de exploração e tendência crescentes do aumento da preferência temporal. O gráfico abaixo mostra a evolução histórica da dívida pública dos Estados Unidos em relação ao PIB.

Ademais, não existe nenhum incentivo para que os governantes reduzam os gastos do governo. Na verdade, é o contrário. O que acontece é existirem cada vez mais estímulos para que ele cresça, afinal, como ganhar eleição sem medidas de assistência? Como roubar a população se não inflacionar a moeda para o jingle das eleições ficarem mais bonitas? 

Em um breve comentário, Hoppe diz que nas monarquias era esperados que os funcionários públicos fossem financiados por seus próprios rendimentos privados, o que não era muito atraente. Em contrapartida, nas democracias que os funcionários públicos recebiam dinheiro inteiramente público. Isto é, essa transição foi o que levou ao aumento sistemático da quantidade de funcionários. 

Ordem natural

Atualmente não podemos mais voltar ao menos pior, a monarquia. Por vezes existe a aceitação de que todos governam e não existe um explorador permanente é válido e defendido pela maioria das pessoas. Igualmente, pensamos que voltar a monarquia é visto como um insulto às liberdades individuais.

Entendendo que as duas organizações políticas são criadas e mantidas pela expropriação privada, Hoppe vai às bases da organização humana: a propriedade privada:

“[…] a manutenção e a preservação de uma economia baseada na propriedade privada e nas trocas voluntárias exigem, como pressuposto sociológico, a existência de uma elite natural voluntariamente reconhecida – uma nobilitas naturalis (parto natural).

O resultado natural das transações voluntárias entre vários proprietários privados é, decididamente, não igualitarista, hierárquico e elitista. Em consequência da enorme diversidade de talentos humanos, em todas as sociedades (sejam quais forem os seus graus de complexidade) algumas pessoas rapidamente adquirem o status de elite.

Devido às suas realizações superiores em termos de riqueza, sabedoria e coragem (havendo, inclusive, uma combinação de ambos), alguns indivíduos chegam a possuir uma ‘autoridade natural’[…]”

Conclusão

É notório que todo monopólio faz com que a qualidade dos produtos e serviços caiam drasticamente, pois não existe concorrência. Dessa forma, a preocupação do homem que antes era prestigiado pela sociedade por seus bons atos, na democracia ele recebe benefícios mesmo que suas ações sejam injustas.

Ademais, a maioria das pessoas imaginaram que a queda na qualidade da justiça teria sido pela queda do caráter dos julgadores, e não por causa do monopólio. Não perceberam que o problema da queda na qualidade dos julgamentos era causado pelo monopólio. Invés disso, culparam o caráter do rei. A brilhante ideia proposta foi ter concorrência de legisladores. Mas imaginem: agora a população não tem mais quem atacar, já que o sistema de injustiças é muito mais difícil de ser percebida.

Por último, Hoppe afirma que para que a natureza da justiça seja estabelecida, o estado precisa acabar. Assim, a justiça será cada vez mais descentralizada em cidades, bairros ou tribos privadas, afim de que vários pequenos governos privados sejam estabelecidos.  

Espero que tenha gostado. Te vejo no próximo capítulo.