Preferência temporal
Preferência temporal é o conceito econômico que descreve a maneira como as pessoas valorizam o consumo presente em relação ao consumo futuro. Em outras palavras, é a escolha entre receber um benefício agora ou esperar para recebê-lo mais tarde.
As pessoas geralmente preferem consumir agora em vez de esperar para consumir no futuro, uma vez que o consumo presente é considerado mais valioso do que o futuro. No entanto, as preferências temporais variam de pessoa para pessoa, e até mesmo de acordo com as circunstâncias individuais.
Os economistas usam a preferência temporal para explicar o comportamento das pessoas em relação à poupança e ao investimento. Uma pessoa que tem preferência temporal pelo consumo presente pode preferir gastar seu dinheiro agora em vez de economizá-lo para o futuro.
Já uma pessoa que tem preferência temporal pelo consumo futuro pode preferir economizar e investir seu dinheiro para obter retornos maiores no futuro.
A preferência temporal também está relacionada ao conceito de taxa de juros. A taxa de juros é o preço que uma pessoa paga para obter um empréstimo ou o preço que recebe ao investir seu dinheiro.
Uma pessoa que tem preferência temporal pelo consumo presente está disposta a pagar uma taxa de juros mais alta para obter um empréstimo, enquanto uma pessoa que tem preferência temporal pelo consumo futuro está disposta a receber uma taxa de juros mais alta ao investir seu dinheiro.
Processo de civilização
Hans-Hermann Hoppe é um economista austríaco e filósofo político que desenvolveu sua teoria sobre o processo de civilização. Para Hoppe, o processo de civilização é o processo de evolução social em direção a uma ordem social mais pacífica, próspera e livre.
Hoppe argumenta que o processo de civilização ocorre quando há uma redução gradual da violência e da agressão entre os indivíduos. Isso acontece porque as pessoas se tornam mais capazes de coordenar suas ações por meio de normas e regras que surgem naturalmente da interação humana, sem a necessidade de um governo central.
De acordo com Hoppe, esse processo é impulsionado pela propriedade privada e pelo mercado livre. Quando as pessoas possuem propriedade privada e podem negociar livremente no mercado, elas têm um incentivo para cooperar e trocar bens e serviços de maneira pacífica e voluntária. À medida que mais pessoas se envolvem em atividades produtivas, a economia cresce e a violência diminui.
Além disso, Hoppe argumenta que a instituição da família é fundamental para o processo de civilização, pois é dentro da família que as crianças aprendem valores e normas sociais que as ajudam a se tornar membros produtivos da sociedade.
No entanto, Hoppe acredita que o processo de civilização é constantemente ameaçado por forças que desejam impor a violência e a coerção sobre a sociedade. Ele vê o Estado como a maior ameaça ao processo de civilização, pois o Estado se baseia na violência e na coerção para impor suas regras e regulamentações à sociedade.
Exemplos
A preferência temporal pode ser observada no comportamento de um pescador de peixes. Suponha que um pescador tenha duas opções: vender os peixes que acabou de pescar imediatamente ou armazená-los para vendê-los no futuro.
Se o pescador tiver preferência temporal pelo consumo presente, ele pode optar por vender os peixes imediatamente para obter o dinheiro que precisa agora. Por outro lado, se o pescador tiver preferência temporal pelo consumo futuro, ele pode optar por armazenar os peixes em um freezer para vendê-los no futuro a um preço mais alto, quando a demanda for maior.
O pescador pode considerar a taxa de juros que poderia ganhar se investisse o dinheiro da venda dos peixes imediatamente, em comparação com o preço mais alto que poderia receber pela venda dos peixes no futuro. Se a taxa de juros for alta, o pescador pode preferir vender os peixes imediatamente e investir o dinheiro para obter um retorno mais alto.
Por outro lado, se a taxa de juros for baixa e o pescador esperar que o preço dos peixes aumente no futuro, ele pode preferir armazenar os peixes e vendê-los mais tarde para obter um preço mais alto
Conclusão
Embora sejam dois conceitos distintos, há uma conexão entre eles em sua obra. O processo de civilização, segundo Hoppe, é o processo de evolução social em direção a uma ordem social mais pacífica, próspera e livre, impulsionado pela propriedade privada, pelo mercado livre e pela instituição da família, e ameaçado pelo Estado e suas políticas coercitivas.
Já a preferência temporal é a ideia de que as pessoas valorizam o consumo presente mais do que o consumo futuro. Em outras palavras, as pessoas preferem receber um benefício agora em vez de esperar por um benefício maior no futuro.
Hoppe argumenta que a preferência temporal pode influenciar o processo de civilização. Ele sugere que, em uma sociedade onde as pessoas têm uma forte preferência temporal pelo consumo presente, elas podem não ter incentivos para investir em atividades produtivas que possam gerar benefícios futuros. Essa falta de investimento pode impedir o crescimento econômico e retardar o processo de civilização.
Por outro lado, em uma sociedade onde as pessoas têm uma preferência temporal mais equilibrada, elas podem estar mais dispostas a investir em atividades produtivas que gerem benefícios futuros, estimulando o crescimento econômico e acelerando o processo de civilização.
Em resumo, embora a preferência temporal e o processo de civilização sejam conceitos distintos, há uma conexão entre eles na obra de Hans-Hermann Hoppe. A preferência temporal pode influenciar o processo de civilização, pois a falta de investimento em atividades produtivas pode retardar o crescimento econômico e impedir o progresso social.